Agenda de dividendos de fevereiro Klabin Vibra Banco BMG e Cury depositam proventos neste mês

Agenda de dividendos de fevereiro: Klabin, Vibra, Banco BMG e Cury depositam proventos neste mês.


O mês do carnaval chegou e com ele o bloco mais animado da temporada: o das ações que pagam dividendos. Segundo levantamento do InfoMoney , 17 empresas vão remunerar os seus acionistas com dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) neste mês. Entre elas estão Klabin, Banco BMG, Cury, Vibra e Localiza.


O maior valor é da distribuidora de combustíveis e energia Vibra (VBBR3), que paga juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 0,39 por ação no dia 28. Têm direito a receber os proventos os investidores que tinham as ações da empresa no dia 21 de dezembro.


Já o segundo maior valor é da Localiza (RENT3), empresa de locação de automóveis, que também remunera os acionistas com JCP de R$ 0,37 por ação no dia 13. Os acionistas que tinham as ações em carteira até 21 de dezembro serão beneficiados. Lembrando que JCP são tributados com alíquota de 15% de Imposto de Renda na fonte.


Confira abaixo os destaques do mês e a visão dos analistas:


Dividendos previstos para a primeira quinzena de fevereiro de 2023.


Empresa (Ticker) Tipo de Provento Valor Data de Pagamento Data Com Bradesco (BBDC3) JCP R$ 0,017 01/02/2023 02/01/2023 Bradesco (BBDC4) JCP R$ 0,019 01/02/2023 02/01/2023 Banestes (BEES3) JCP R$ 0,021 01/02/2023 29/12/2022 Banestes (BEES4) JCP R$ 0,021 01/02/2023 29/12/2022 Itaú (ITUB3) JCP R$ 0,018 01/02/2023 29/12/2022 Itaú (ITUB4) JCP R$ 0,018 01/02/2023 29/12/2022 Schulz (SHUL3) JCP R$ 0,061 03/02/2023 26/12/2022 Schulz (SHUL4) JCP R$ 0,067 03/02/2023 26/12/2022 Technos (TECN3) Dividendos R$ 0,082 03/02/2023 25/01/2023 Pine (PINE3) JCP R$ 0,062 08/02/2023 30/01/2023 Pine (PINE4) JCP R$ 0,062 08/02/2023 30/01/2023 Localiza (RENT3) JCP R$ 0,37 13/02/2023 21/12/2022 Banco BTG (BPAC11) JCP R$ 0,15 15/02/2023 04/01/2023 Banco BTG (BPAC11) JCP R$ 0,20 15/02/2023 16/12/2022 Banco BTG (BPAC3) JCP R$ 0,065 15/02/2023 16/12/2022 Banco BTG (BPAC3) JCP R$ 0,049 15/02/2023 04/01/2023 Banco BTG (BPAC5) JCP R$ 0,049 15/02/2023 04/01/2023 Banco BTG (BPAC5) JCP R$ 0,065 15/02/2023 16/12/2022.


Fonte: InfoMoney com Quantum Axis e RI das empresas. JCP = Juros sobre Capital Próprio; Data Com = data até a qual o investidor pode comprar uma ação para ter direito a receber os proventos.


BMGB4 paga dividendos trimestrais, mas ainda não convence.


O Banco BMG (BMGB4) alterou recentemente a sua política de dividendos e estabeleceu que em 2023 remunerará os acionistas trimestralmente – em maio, agosto, novembro e fevereiro de 2024. O objetivo é atrair os investidores e aumentar a liquidez dos papéis.


Embora a notícia tenha sido bem recebida, analistas afirmam que será necessário mais do que isso para tornar o BMG uma alternativa para estratégias de dividendos de longo prazo. “O banco precisa melhorar sua rentabilidade”, diz Carlos Daltozo, head de research da Eleven Financial, destacando que o lucro do BMG está praticamente estável nos últimos seis trimestres em R$ 50 milhões.


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“Não vemos uma evolução significativa do retorno sobre patrimônio líquido [ROE], que está muito abaixo do seu custo de patrimônio”, afirma. Daltozo explica que embora o BMG cresça em contas digitais, meios de pagamento e seguridade, a dependência do crédito consignado ainda é forte. “No terceiro trimestre, a carteira de crédito somou R$ 23 bilhões, sendo R$ 15 bilhões de consignado”.


O problema, segundo Daltozo, é que os juros do consignado não acompanham a evolução da Selic. Assim, o custo de captação do banco aumenta mais do que as receitas. “Não vemos o BMG como alternativa para uma estratégia de dividendos, mas temos recomendação de compra pensando em valorização, com preço-alvo de R$ 4,50 em 2023”, destaca.


Para dividendos, a Eleven prefere a Porto Seguro (PSSA3). Segundo Daltozo a companhia vai se beneficiar dos juros elevados, aumentando a receita financeira, e da diminuição da sinistralidade em automóveis em 2023.


Niels Tahara, head de análise fundamentalista da Benndorf Research, destaca que o BMG passa por um processo de expansão, aumentando despesas. E uma distribuição recente de JCP, de R$ 73 milhões, afetou o Índice de Basileia – indicador que mede a saúde financeira dos bancos.


Ele também cita que a concessão de crédito no Brasil vem desacelerando diante ao cenário macroeconômico, com aumento da inadimplência e o endividamento das famílias. Esse conjunto tira o BMG do rol de opções para uma estratégia de investimento de longo prazo, segundo Tahara.


Por outro lado, o crescimento do consignado anima, diz o analista. A ampliação do público-alvo entre os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), graças à LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), deu um impulso ao segmento. “A LOAS liberou desde 2021 um salário mínimo para idosos com 65 anos ou mais que tenham necessidades especiais. Isso ajudou bastante o BMG”, comenta Tahara.


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Ele também prefere outras instituições financeiras para dividendos, como o Banco do Brasil (BBAS3), que tem capacidade de alcançar um dividend yield de 10% neste ano. Na visão de Tahara, o banco deve se beneficiar da carteira de crédito com baixa inadimplência, além da exposição ao agronegócio.


KLBN4: crescimento hoje, dividendos no longo prazo.


Já a Klabin é vista com bons olhos pelos analistas, mesmo diante do cenário de possível queda no preço da celulose em 2023, por conta da demanda ainda fraca da China. Sergio Biz, sócio e analista do GuiaInvest, afirma que esse cenário já está embutido no preço atual da ação.


Embora uma queda no preço da celulose possa diminuir os dividendos deste ano, Biz destaca que o perfil defensivo da Klabin – com receita dolarizada – pode ser relevante diante de um cenário de enfraquecimento do real.


“Considero que Klabin é uma empresa relevante para se expor a commodities e receber bons dividendos no longo prazo. Mas por ser uma companhia cíclica, devem existir períodos nos quais as distribuições serão mais volumosas e em outros, menos”, afirma.


Segundo o analista, a companhia se encontra no final de um ciclo de investimentos, com os projetos Puma I e Puma II que devem aumentar a capacidade de produção da Klabin significativamente. “Depois disso, começa o ciclo de desalavancagem, quando o caixa será direcionado para distribuições de proventos atrativas”, diz.


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Já em relação ao preço da celulose, Biz destaca que a Klabin não depende apenas da commodity para gerar resultado. “A demanda crescente por produtos do comércio eletrônico, que são embalados com algum papelão ondulado, devem colaborar para o aumento da receita”, avalia. O analista projeta dividend yield de 6,5% em 2023 para KLBN4, com preço-alvo de R$ 4,65.


Fábio Sobreira, analista CNPI-P da Ivest Consultoria de Investimentos, enxerga a Klabin como uma empresa focada em crescimento, e não em dividendos. Ele aponta que a companhia tem um poder de lucro – ou de pagar dividendos – de mais de 20% nos preços atuais, mas distribuiu em torno de 7%.


Para Sobreira, o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) da Klabin está elevado, o que justifica a empresa reter caixa para crescer, no lugar de pagar dividendos. “Isso significa que ela pode ser uma empresa que crescerá e distribuirá dividendos no futuro, para quem comprar hoje”, afirma.


O analista estima que em 2023 os dividendos da Klabin não devem superar os R$ 2 por ação, com um dividend yield de 10%. “O consenso de mercado espera dividendos em torno de 7%”, aponta.


Dividendos previstos para a segunda quinzena de fevereiro de 2023.


Empresa (Ticker) Tipo de Provento Valor por ação Data de Pagamento Data Com Banco BMG (BMGB4) JCP R$ 0,12 16/02/2023 22/12/2022 Cury (CURY3) Dividendos R$ 0,21 16/02/2023 24/01/2023 Viveo (VVEO3) JCP R$ 0,28 16/02/2023 26/12/2022 Assai (ASAI3) JCP R$ 0,04 17/02/2023 28/12/2022 Klabin (KLBN11) JCP R$ 0,033 22/02/2023 20/12/2022 Klabin (KLBN3) JCP R$ 0,0065 22/02/2023 20/12/2022 Klabin (KLBN4) JCP R$ 0,0065 22/02/2023 20/12/2022 Armac (ARML3) Dividendos R$ 0,05 23/02/2023 28/12/2022 Armac (ARML3) JCP R$ 0,07 23/02/2023 28/12/2022 JHSF (JHSF3) Dividendos R$ 0,048 27/02/2023 14/02/2023 WLM (WLMM3) JCP R$ 0,26 27/02/2023 06/01/2023 WLM (WLMM4) JCP R$ 0,29 27/02/2023 06/01/2023 Vibra (VBBR3) JCP R$ 0,39 28/02/2023 21/12/2022.


Fonte: InfoMoney com Quantum Axis e RI das empresas. JCP = Juros sobre Capital Próprio; Data Com = data até a qual o investidor pode comprar uma ação para ter direito a receber os proventos.


VBBR3: dividendos podem crescer com diversificação.


A Vibra (antiga BR Distribuidora) alterou sua política de remuneração em 2022, elevando o payout (parcela do lucro líquido destinada a proventos) mínimo obrigatório de 25% para 40%. A mudança pode se traduzir em dividendos maiores, mas não muito, segundo analistas.


Sobreira, da Ivest, lembra que o payout médio da Vibra nos últimos cinco anos foi superior a 50%. “A empresa não estará de fato elevando o seu payout , apenas propondo que os dividendos não sejam menores do que 40%”, avalia.


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Na Nord Research, a projeção é de dividend yield entre 6% e 7%, a depender do nível de endividamento a empresa. Já no GuiaInvest, a expectativa é de dividendos de 5,5% neste ano, com rendimentos maiores em 2024.


Biz acredita que a companhia tem potencial de aumentar a sua geração de caixa nos próximos anos com novos projetos e focando na transição da matriz energética. “A Comerc [holding de energia em que a Vibra tem participação] deve entregar resultados crescentes já em 2023, colaborando com maior Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] para a companhia”, aponta.


Para o analista, outra das vantagens da Vibra são os ganhos de eficiência pós-privatização e o aumento de participação de mercado.


Porém, há riscos, como a dependência do ciclo econômico do País, além do fato de ser uma empresa suscetível a mudanças nos impostos sobre combustíveis, destaca Guilherme Tiglia, sócio e analista da Nord Research.


Apesar disso, Tiglia acredita que a companhia deve oferecer dividendos razoáveis e está sendo negociada a bons preços. Para ele, a Vibra ainda pode crescer com atividades além da distribuição de combustíveis, como as soluções de energia renovável.


CURY3: cenário promissor com Minha Casa, Minha Vida.


A construtora Cury (CURY3) é uma das empresas que mais deve se beneficiar do programa Minha Casa, Minha Vida em 2023, destaca Daniel Nigri, fundador e analista da Dica de Hoje Research. A companhia possui um banco de terrenos focado na classe C. “Os ativos da Cury têm uma parte do valor subsidiados pelo governo, com juros menores e prazo de financiamento maior”, diz.


Nigri afirma que a Cury tem caixa superior ao valor das suas dívidas, um ponto positivo em um cenário de juros elevados.


A companhia manteve velocidade das vendas elevada nos últimos meses. Contudo, o nível de lançamentos e vendas líquidas deve apresentar redução no quarto trimestre de 2022, segundo as prévias operacionais, mas dentro do esperado pela companhia. “A Cury já tinha sinalizado que iria investir menos em períodos de incerteza, como eleições e Copa do Mundo”, diz o analista.


Apesar dos bons resultados, Nigri não considera a Cury uma boa opção para obter dividendos no longo prazo, já que se trata de uma empresa cíclica, com pouco histórico e preço já elevado. “A empresa deve fechar 2023 com lucro por ação de R$ 1,10, mas deve distribuir até R$ 0,70 em dividendos, um dividend yield de 5%”, calcula.


Esse patamar de retorno com dividendos é esperado para um ciclo positivo para a empresa, mas é difícil projetar como seria um ciclo ruim. Para 2024, Nigri projeta lucros parecidos, com uma retração das vendas por conta do maior endividamento da população e menor crescimento da economia. “A tendência é de que os dividendos se mantenham em 5% em 2024”.


Na contramão, Erik Sala, especialista em investimentos da DV Invest, enxerga potencial na Cury, projetando dividend yield de 5,5% em 2023 e de até 8% em 2024. Negociada atualmente a cerca de R$ 13, a ação embute potencial de valorização, dado que o preço-alvo estimado pela DV é de R$ 18.


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Sala destaca que a Cury costuma atuar em programas de habitação para atender pessoas com renda de até R$ 6.500. Mas diante de um possível aumento da demanda das faixas 1 (renda até R$ 1.800) e 2 do Minha Casa, Minha Vida, a companhia conseguiria expandir seu público-alvo.

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